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04 abril 2011

FRANS KRAJCBERG

De origem polonesa, nascido em 1921, Frans Krajcberg, brasileiro de alma, cidadão do mundo, tem uma trajetória singular pela sua luta em defesa da vida através da arte.

Escultor e artista plástico de renome internacional e que se declara ambientalista, iniciou seus estudos com um dos mestres da Bauhaus, Willi Baumeister. O começo de sua carreira foi ceifado pelos horrores da guerra onde perdeu toda a sua família, e tornou-se um refugiado do holocausto. Em sua fuga foi para a Rússia e, engajado, partiu para a luta na frente russa que invadia a Alemanha ao final da 2 ª Guerra Mundial.
Finda a guerra, transfere-se para Paris, onde estabelece contatos com artistas cujos trabalhos fizeram a história da arte do século XX. Teve relações de amizade com Picasso, Braque, Lergé, dentre tantos outros, o que o torna uma referência viva desse momento tão revolucionário da história da arte contemporânea.
Desiludido e inconformado com o mundo dos homens transfere-se para o Brasil na busca do silêncio e do distanciamento necessários para abrandar a sua revolta.
Sem conhecimento do idioma português, com quase nenhum dinheiro, chega a São Paulo. E lá, por um curto período, passa por dificuldades extremas. A convite de amigos começa a trabalhar como montador da I Bienal de São Paulo em 1951 onde também expôs duas de suas pinturas. Já em 1957 conquistou o prêmio de melhor pintor nacional. Em 1964, também ganha o primeiro prêmio da Bienal de Veneza, o que o torna um artista reconhecidamente internacional permitindo dedicar inteiramente à sua arte.
Transfere-se, então, para Catabranca, região de Itabirito/MG, onde morou por 5 anos dentro de uma Kombi e lá, ao ar livre, instala seu ateliê. Até então o artista vinha trabalhando intensamente com gravuras modeladas a partir do relevo de pedras e areias, desenhos e pinturas. Como ele declara, “em Minas Gerais foi onde criei as minhas primeiras esculturas”. Aqui, em meio às montanhas, foi o palco que permitiu o desenvolvimento de sua obra escultórica, hoje uma referência internacional.
Nessa época, mantém um ateliê em Paris, que visita até hoje com uma regularidade anual, e transfere sua residência para Nova Viçosa, sul da Bahia. Uma região de densa floresta, hoje extinta, onde instala definitivamente seu ateliê no sítio Natura. A partir daí, a obra de Krajcberg passa a ser um alerta, um grito de dor de uma outra guerra, não do homem contra o homem, mas do homem contra a natureza.
Paralelo às suas esculturas desenvolve um trabalho de fotografia de extrema sensibilidade a partir de um olhar preparado, poético e atento. Como um dedo em riste, suas imagens comovem, mais que belas, são um documento da destruição.
O trabalho de Krajcberg está representado nos principais museus e galerias internacionais. A partir dos anos 80, mostras de grande vulto têm sido produzidas, associadas a uma densa publicação que tem documentado a sua obra, cumprindo os objetivos da sensibilização humana nas principais


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