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17 julho 2011

Por Marcelo Gavião*

É verdadeira a corrente afirmação de que o sistema eleitoral brasileiro é um dos mais seguros, ágeis e transparentes do mundo, assim como, é verdade também afirmar o quanto é nocivo para os interesses coletivos um sistema eleitoral que valoriza o indivíduo em detrimento do social e do próprio coletivo. Sendo assim, uma das grandes contribuições que nossos deputados e senadores podem dar ao nosso país, é aproveitar essa oportunidade e aprovar uma reforma que comece a romper com isso.
É triste que a cada dois anos percamos a oportunidade de confrontar projetos, ideias e diferentes formas de pensar e agir. Para a maioria das pessoas, as eleições não passam de uma disputa entre João e Antônio, ou entre Maria e José. Para a maioria dos brasileiros não existe diferença entre os partidos e apenas 1% confiam neles. O que se configura em um erro dos mais graves, que é alimentado pelo nosso sistema.
Algumas propostas boas tem se fortalecido no meio de tantas outras nem tão boas assim. Uma delas é o financiamento público das campanhas eleitorais, que ao contrário do que pregam alguns dos grandes veículos de comunicação do país, é fundamental para ajudar no combate a corrupção, principalmente no que diz respeito ao desvio de verbas públicas, além de diminuir o impacto do poder econômico nas campanhas.

Pós-juventude


Diferente do movimento estudantil ou juvenil, onde o avançar da idade ou a conclusão do ciclo escolar ou universitário determina naturalmente certo rito de passagem, na vida política pós-juventude não é bem assim que as coisas funcionam. A renovação e o aproveitamento de quadros jovens nos espaços onde se organiza a sociedade é algo cada vez mais excepcional. Podemos citar como exemplo o que ocorre hoje no movimento sindical onde a média de idade dos dirigentes sindicais é desproporcional a dos trabalhadores da base e para constatar isso basta ir à porta de uma grande fábrica e comparar.
No mesmo sentido, o número de jovens nas direções partidárias nem de longe se compara com o peso que esses têm na sociedade e obviamente essa proporção também não se dará na composição e muito menos na ordem das listas a serem montadas pelos partidos.
Em função do exposto, levanto os seguintes questionamentos: se esse quadro desenhado por mim é real, qual o futuro e o espaço que estará guardado para nossos jovens na política daqui pra frente caso essas propostas sejam aprovadas? Qual critério será usado pra garantir que esses jovens tenham espaço, e assim continuem sendo formados pra dar conta do desafio de gestar mudanças que melhorem a vida do nosso povo? Não estaremos com essas propostas aparentemente avançadas, mas notadamente limitadas, reforçando as barreiras que tanto impedem a renovação dos quadros políticos brasileiros e, portanto, da politica brasileira?

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